quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Quanto vale ou é por raça?

Dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostra adesigualdade salarial entre afrodescendentes e brancos diminuiu entre1996 e 2003.O estudo Retrato das desigualdades de gênero e raça apesar dedemonstrar um aumento no salário dos negros em relação aos brancos,mostra que a discriminação racial continua presente: o salário médiode um negro no Brasil é, em média de R$ 502,00 mensais, o de um brancoé quase o dobro chegando a R$ 986,00 mensais.Apesar de muitos dizerem que o Brasil é um país onde não hápreconceito racial, que aqui não há nada que se compare ao Apartheidna África, e que, inclusive, o preconceito racial é cultivado pelospróprios negros. É inegável reafirmar o que disse o intelectual Abdiasdo Nascimento "As feridas da discriminação racial se exibem sob o maissuperficial olhar sobre a sociedade".Desde o fim da escravidão, até hoje, que não é só nos baixos saláriosque se reflete a desigualdade racial no país. O percentual deindigentes na população negra é de 11,8%, enquanto esse índice caipara 4,5% entre os brancos. A taxa de concluintes do ensino médioentre brancos é de 58,4% comparados com 37,4% dos negros, entre osnegros do sexo masculino cai para 32,3%.Numa escala de ascensão social os negros recebem menos que asmulheres, e estas, por sua vez recebem menos do que os homens. Como sefossem marcados a ferro como gado e, dependendo do sinal que tem emsuas peles, ganhasse um passaporte para ganhar mais, ou menos.Ligado a isso, esconde-se o racismo antes mesmo do negro conseguir umavaga no mercado de trabalho. Quando num anúncio de jornal pede-semoças e rapazes de "boa aparência", está intrínseco que o candidatoprecisa ser branco.Há, além disso, o preconceito principalmente contra a mulher negra.No Nordeste, as mulheres negras que atuam no mercado de trabalho comoempregadas domésticas é 1,1 milhão maior que em relação ao número debrancas.Há que se ressaltar também o fato do diminuto número de empregadasdomésticas com carteira assinada: em 1996, 20,9%, saltando para 26,4%em 2006, um aumento muito pequeno. Na Bahia, apenas 13,2% dasempregadas domésticas possuem carteira assinada.São esses os números que nos fazem cada vez mais lamentarmos por estarnuma sociedade cheia de preconceitos e rótulos.

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